Mark 6 (AS21)
1 Jesus saiu dali e foi para sua terra, e os discípulos o seguiram. 2 Chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; ao ouvi-lo, muitos se maravilhavam, dizendo: De onde lhe vêm essas coisas? Que sabedoria é essa que lhe foi dada? Como se fazem tais milagres por suas mãos? 3 Este não é o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E suas irmãs não estão aqui entre nós? E escandalizavam-se por causa dele. 4 Então Jesus lhes disse: Somente em sua terra, entre seus parentes e em sua própria casa é que um profeta não é honrado. 5 E não pôde realizar nenhum milagre ali, a não ser curar alguns poucos doentes, impondo-lhes as mãos. 6 E admirou-se da incredulidade deles. Em seguida, Jesus percorreu os povoados das redondezas, ensinando. 7 E chamando a si os Doze, começou a enviá-los em duplas e deu-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8 Também ordenou-lhes que não levassem nada para a viagem, a não ser um bordão; nem pão, nem bolsa de viagem, nem dinheiro no cinto, 9 mas que fossem calçados de sandálias e não vestissem duas túnicas. 10 Disse-lhes ainda: Onde quer que entrardes numa casa, ficai nela até partir do lugar. 11 E se em algum lugar não vos receberem nem vos ouvirem, ao sair de lá sacudi o pó debaixo dos vossos pés, em testemunho contra eles. 12 Então eles foram e pregaram ao povo que se arrependesse. 13 Expulsavam muitos demônios, ungiam muitos doentes com óleo e os curavam. 14 O rei Herodes soube disso (pois o nome de Jesus se tornara conhecido). E algumas pessoas diziam: João Batista ressuscitou dos mortos; por isso esses poderes miraculosos atuam nele. 15 Mas outros afirmavam: É Elias. E outros ainda diziam: É um profeta como os antigos. 16 Mas, Herodes, ouvindo isso, dizia: É João que ressuscitou, aquele a quem mandei decapitar. 17 Porque o próprio Herodes havia mandado prender João e mantê-lo amarrado no cárcere por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, com a qual Herodes havia se casado. 18 Pois João lhe dizia: Não te é permitido viver com a mulher de teu irmão. 19 Por isso Herodias o odiava e queria matá-lo, mas não podia, 20 porque Herodes temia João, sabendo que era um homem justo e santo, e o mantinha em segurança. Ao ouvi-lo, Herodes ficava muito impressionado e o escutava de boa vontade. 21 Chegando, porém, um dia oportuno, o dia do seu aniversário, em que Herodes ofereceu um banquete aos mais importantes da sua corte, aos seus oficiais militares e às autoridades da Galileia, 22 a filha da própria Herodias apresentou-se e, dançando, agradou a Herodes e aos convidados. Então o rei disse à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu o darei a ti. 23 E acrescentou, jurando: Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja metade do meu reino. 24 Tendo ela saído, perguntou à sua mãe: Que pedirei? Ela respondeu: A cabeça de João Batista. 25 E voltando depressa à presença do rei, pediu: Quero que me dês agora mesmo a cabeça de João Batista em um prato. 26 O rei entristeceu-se muito, mas, por causa do seu juramento e dos convidados, não quis negar-lhe o pedido. 27 Então o rei enviou logo um soldado da sua guarda com ordens de trazer a cabeça de João. O soldado foi, decapitou-o no cárcere 28 e trouxe a cabeça num prato; então, dando‑a à jovem, esta a entregou à sua mãe. 29 Quando os discípulos de João ouviram isso, vieram, levaram o corpo e o puseram numa sepultura. 30 Os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram-lhe tudo o que haviam feito e ensinado. 31 E ele lhes disse: Acompanhai-me a um lugar deserto e descansai um pouco. Porque os que iam e vinham eram muitos, e eles não tinham tempo nem para comer. 32 Assim, eles se retiraram de barco para um lugar afastado e deserto. 33 Todavia, muitos os viram partir e os reconheceram; e, vindo de todas as cidades, correram a pé para lá e chegaram antes deles. 34 Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão dela, pois eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas. 35 Como já era tarde, seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: O lugar é deserto, e já é muito tarde. 36 Manda-os embora, para que possam ir aos campos e povoados em redor e comprem algo para comer. 37 Ele, porém, lhes respondeu: Dai-lhes de comer vós mesmos. Então eles lhe perguntaram: Compraremos duzentos denários de pão para dar-lhes de comer? 38 Ao que ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver. Tendo-se informado, eles responderam: Cinco pães e dois peixes. 39 Então lhes ordenou que fizessem todos se assentar em grupos sobre a grama verde. 40 E eles se sentaram em grupos de cem e de cinquenta. 41 E, tomando os cinco pães e os dois peixes, Jesus ergueu os olhos ao céu, abençoou os pães e os partiu. Em seguida, entregou-os aos discípulos para que os servissem; e também repartiu os dois peixes para todos. 42 E todos comeram e ficaram satisfeitos. 43 Em seguida, recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. 44 O número dos que comeram os pães foi de cinco mil homens. 45 Logo em seguida, Jesus fez com que os discípulos entrassem no barco e passassem para Betsaida, no outro lado, enquanto ele mandava a multidão para casa. 46 E, depois de mandá-la para casa, foi ao monte orar. 47 Quando anoiteceu, o barco estava no meio do mar, e ele, sozinho em terra. 48 E, vendo-os cansados de remar, porque o vento lhes era contrário, foi ao encontro deles andando sobre o mar, pela quarta vigília da noite; e queria passar adiante deles. 49 Mas, ao vê-lo andando sobre o mar, eles pensaram que fosse um fantasma e gritaram, 50 pois todos o viram e se assustaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende coragem! Sou eu! Não temais! 51 Então subiu para junto deles no barco, e o vento cessou. E os discípulos ficaram extremamente impressionados entre si, 52 pois não haviam compreendido o milagre dos pães; o coração deles estava endurecido. 53 Terminada a travessia, chegaram à terra em Genesaré e ali atracaram. 54 Logo que desembarcaram, o povo reconheceu Jesus. 55 E, correndo por toda a região, começaram a levar os doentes nos leitos, para onde ouviam dizer que ele estava. 56 Onde quer que Jesus entrasse, nos povoados, nas cidades ou nos campos, levavam os doentes para as praças. E rogavam-lhe que ao menos lhes permitisse tocar a borda do seu manto; e todos os que a tocavam eram curados.